Pausa e Contra Tempo
Musica Erudita no Brasil..estudo de origens.
Olá amigos leitores do blog ! Hoje venho escrever sobre musica erudita no Brasil. Espero que gostem das informações que venho dividir...
Com os primeiros séculos de colonização a Música Erudita (ou Clássica ou de Concerto) começa no Brasil. Quando D. João VI se estabelece no Brasil, dava grandes incentivos as atividades musicais. Sua corte estava bem servida por músicos do quilate de José Maurício Nunes Garcia ( o primeiro grande compositor brasileiro) e Marcos Portugal, quando chega após a Missão Artística.
O Brasil recebeu também outro grande compositor, o austríaco Sigismund von Neukomm (1778 – 1858). Neukomm, aluno predileto de Haydn, residiu no Brasil entre 1816 a 1821, período durante o qual compôs 45 obras. Foi professor de música do príncipe Dom Pedro e do autor do hino nacional, Francisco Manoel da Silva.O padre Manoel da Nóbrega que chega ao Brasil com os primeiros jesuítas, a partir de 1549, propõe a música de catequese a partir de melodias gregorianas. Em 1557 já se encontram partituras produzidas no Brasil : melodias indígenas que foram anotadas pela tripulação de Jean de Lery.
Durante o século XVIII vários gêneros musicais eram praticados.
Escolas de composição foram criadas e consolidadas. Recife, Bahia e Minas foram as regiões que mais se destacavam, pela produção musical/escrita.
A Bahia seguia a forma renascentista e os antigos organuns medievais serviam de modelo à produção da época. No século XVI, compositores europeus em atividade no país faziam seus trabalhos musicais. Na Bahia, existem referências ao padre Pedro Fonseca, primeiro organista da Sé de Salvador, em 1559. A partitura mais remota, de 1759, é um Recitativo e ária, de autoria desconhecida.
Em Recife – Existem documentos relativos à atuação dos compositores Inácio Ribeiro Nóia (1688-1773) e Luís Álvares Pinto (1719-1789), este descendente de mulatos, cuja obra encontra-se documentada, como seu Te Deum laudamos.
Em Minas Gerais – Compositores brasileiros que atuavam nas cidades mineiras de Diamantina, Ouro Preto e Tiradentes, no século XVIII, em sua maioria mulatos, deixam a produção mais bem documentada da época. O famoso "barroco mineiro" se inspira nas óperas napolitanas de compositores como Davide Perez e Jommeli e na música religiosa portuguesa de caráter polifônico. Os seus principais compositores estão José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Inácio Parreira Neves e Manoel Dias de Oliveira.
Durante o século XVIII vários gêneros musicais eram praticados.
Escolas de composição foram criadas e consolidadas. Recife, Bahia e Minas foram as regiões que mais se destacavam, pela produção musical/escrita.
A Bahia seguia a forma renascentista e os antigos organuns medievais serviam de modelo à produção da época. No século XVI, compositores europeus em atividade no país faziam seus trabalhos musicais. Na Bahia, existem referências ao padre Pedro Fonseca, primeiro organista da Sé de Salvador, em 1559. A partitura mais remota, de 1759, é um Recitativo e ária, de autoria desconhecida.
Em Recife – Existem documentos relativos à atuação dos compositores Inácio Ribeiro Nóia (1688-1773) e Luís Álvares Pinto (1719-1789), este descendente de mulatos, cuja obra encontra-se documentada, como seu Te Deum laudamos.
Em Minas Gerais – Compositores brasileiros que atuavam nas cidades mineiras de Diamantina, Ouro Preto e Tiradentes, no século XVIII, em sua maioria mulatos, deixam a produção mais bem documentada da época. O famoso "barroco mineiro" se inspira nas óperas napolitanas de compositores como Davide Perez e Jommeli e na música religiosa portuguesa de caráter polifônico. Os seus principais compositores estão José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Inácio Parreira Neves e Manoel Dias de Oliveira.
O Estado de São Paulo, embora em menor quantidade, são encontradas obras paulistas do século XVIII. O compositor André da Silva Gomes (Lisboa 1752- S. Paulo 1823) é seu principal representante.
=========================================================
Música e Períodos:
Romantismo – O romantismo no Brasil é basicamente importado da França e inicia-se após a independência. Nessa época, são encenadas diversas óperas no Imperial Teatro de São Pedro de Alcântra, destruído por um incêndio em 1851, e substituído pelo Teatro Provisório, em 1854. Francisco Manuel da Silva funda, em 1833, a Sociedade Beneficência Musical, que promove concertos. Em 1834 é criada a Sociedade Filarmônica do Rio de Janeiro
Ópera nacional – O fato importante do romantismo brasileiro é a criação de uma ópera nacional. Os principais representantes são os compositores Antonio Carlos Gomes, e Elias Álvares Lobo (1834-1901), auxiliados por libertistas como Machado de Assis e José de Alencar. Em 1861, estréia “Joana de Flandres” de Carlos Gomes, com texto em português totalmente mutilado pelos cantores italianos que a apresentam. O movimento perde força e uma última ópera é apresentada nesse período por Henrique Alves de Mesquita.
Antonio Carlos Gomes (1836-1896) nasce em Campinas, São Paulo, filho de Maneco Gomes, músico e regente da banda local. Em 1859, foge de casa para estudar música no Rio de Janeiro. É matriculado no Conservatório de Música do Rio de Janeiro, por ordem do imperador, onde estuda com professores italianos. Em 1860 torna-se preparador de óperas na Imperial Academia de Música e Ópera Nacional. A partir de 1863 parte para estudos em Milão. Adquire notoriedade na Itália, onde compõe as óperas II Guarany, Fosca, Maria Tudor, Lo schiavo, entre outras composições. Em 1895, volta ao Brasil e torna-se diretor do Conservatório Musical de Belém do Pará.
Folclorismo – Ainda voltados para os padrões europeus estão os compositores Glauco Velasquez (1884-1914), seguidor do cromatismo francês, Henrique Oswald (1852-1931), adepto do impressionismo, e Leopoldo Miguez (1850-1902), seguidor do cromatismo de Wagner e Liszt.
O caminho para o nacionalismo das primeiras décadas do século XX começa a ser aberto por compositores brasileiros com formação erudita européia, principalmente francesa, representados por Basílio Itiberê (1846-1913), Luciano Gallet (1893- 1931), Alberto Nepomuceno (1864-1920), Francisco Braga (1865-1945) e Alexandre Levy (1864-1892), que se utilizam de temas do folclore brasileiro. A tendência de nacionalização da música erudita brasileira está presente também na dança e na canção urbana de Francisca Hewiges .
É a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobre a música erudita, e o país passa a produzir talentos em série: Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe e Cláudio Santoro.
Música Contemporânea – No período que se estende da década de 40 até os dias de hoje, a música brasileira vive movimentos de nacionalização e de internacionalização. A introdução do dodecafonismo po H. J. Koellreuter na Bahia, o movimento Música Viva, o Manifesto de 1946, o movimento Música Nova e a música eletrônica marcam o período.
Música viva – Em 1939, ao nacionalismo identificado com a ditadura Vargas opões-se o Movimento Música Viva, liderado pelo compositor e professor alemão Hans Joachim Koellreuter, introdutor da música dodecafônica no Brasil. Entre seus alunos destacam-se os compositores Claudio Santoro (1919-1989), Guerra Peixe (1914-1993), Eunice Catunda (1915-) e Edino Krieger (1928). Embora com tendência diversa da original, a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia é herdeira direta dos Seminários de Música de Salvador, dirigidos por Koellreuter. São seus representantes o compositor Ernest Widmer e seus alunos Lindenberg Cardoso, Rufo Herrera, Jamary de Oliveira e recentemente Fernando Cerqueira (1941) e Paulo Lima (1954).
Atualmente o Brasil ainda não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto, talvez por causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os músicos eruditos e os artistas em geral são "uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos
=========================================================
Música e Períodos:
Romantismo – O romantismo no Brasil é basicamente importado da França e inicia-se após a independência. Nessa época, são encenadas diversas óperas no Imperial Teatro de São Pedro de Alcântra, destruído por um incêndio em 1851, e substituído pelo Teatro Provisório, em 1854. Francisco Manuel da Silva funda, em 1833, a Sociedade Beneficência Musical, que promove concertos. Em 1834 é criada a Sociedade Filarmônica do Rio de Janeiro
Ópera nacional – O fato importante do romantismo brasileiro é a criação de uma ópera nacional. Os principais representantes são os compositores Antonio Carlos Gomes, e Elias Álvares Lobo (1834-1901), auxiliados por libertistas como Machado de Assis e José de Alencar. Em 1861, estréia “Joana de Flandres” de Carlos Gomes, com texto em português totalmente mutilado pelos cantores italianos que a apresentam. O movimento perde força e uma última ópera é apresentada nesse período por Henrique Alves de Mesquita.
Antonio Carlos Gomes (1836-1896) nasce em Campinas, São Paulo, filho de Maneco Gomes, músico e regente da banda local. Em 1859, foge de casa para estudar música no Rio de Janeiro. É matriculado no Conservatório de Música do Rio de Janeiro, por ordem do imperador, onde estuda com professores italianos. Em 1860 torna-se preparador de óperas na Imperial Academia de Música e Ópera Nacional. A partir de 1863 parte para estudos em Milão. Adquire notoriedade na Itália, onde compõe as óperas II Guarany, Fosca, Maria Tudor, Lo schiavo, entre outras composições. Em 1895, volta ao Brasil e torna-se diretor do Conservatório Musical de Belém do Pará.
Folclorismo – Ainda voltados para os padrões europeus estão os compositores Glauco Velasquez (1884-1914), seguidor do cromatismo francês, Henrique Oswald (1852-1931), adepto do impressionismo, e Leopoldo Miguez (1850-1902), seguidor do cromatismo de Wagner e Liszt.
O caminho para o nacionalismo das primeiras décadas do século XX começa a ser aberto por compositores brasileiros com formação erudita européia, principalmente francesa, representados por Basílio Itiberê (1846-1913), Luciano Gallet (1893- 1931), Alberto Nepomuceno (1864-1920), Francisco Braga (1865-1945) e Alexandre Levy (1864-1892), que se utilizam de temas do folclore brasileiro. A tendência de nacionalização da música erudita brasileira está presente também na dança e na canção urbana de Francisca Hewiges .
É a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobre a música erudita, e o país passa a produzir talentos em série: Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe e Cláudio Santoro.
Música Contemporânea – No período que se estende da década de 40 até os dias de hoje, a música brasileira vive movimentos de nacionalização e de internacionalização. A introdução do dodecafonismo po H. J. Koellreuter na Bahia, o movimento Música Viva, o Manifesto de 1946, o movimento Música Nova e a música eletrônica marcam o período.
Música viva – Em 1939, ao nacionalismo identificado com a ditadura Vargas opões-se o Movimento Música Viva, liderado pelo compositor e professor alemão Hans Joachim Koellreuter, introdutor da música dodecafônica no Brasil. Entre seus alunos destacam-se os compositores Claudio Santoro (1919-1989), Guerra Peixe (1914-1993), Eunice Catunda (1915-) e Edino Krieger (1928). Embora com tendência diversa da original, a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia é herdeira direta dos Seminários de Música de Salvador, dirigidos por Koellreuter. São seus representantes o compositor Ernest Widmer e seus alunos Lindenberg Cardoso, Rufo Herrera, Jamary de Oliveira e recentemente Fernando Cerqueira (1941) e Paulo Lima (1954).
Atualmente o Brasil ainda não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto, talvez por causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os músicos eruditos e os artistas em geral são "uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos
Alguns videos :
(o audio ficou comprometido...)
(popularmente, uma obra conhecida)
E PARA FINALIZAR.....
Museu de História do Pantanal - Muhpan
Olá amigo leitor do Pausa e Contra Tempo !
Visitei o Museu de História do Pantanal - Muhpan, fiquei fascinado com todo o acervo !
Tive uma grata e honrada oportunidade de conhecer a história da cultura local. Um surpreendente encontro com o passado, com seus personagens históricos.
Sai de lá pensando no futuro, e o que podemos fazer para melhora-lo.
São 8.000 anos de histórias contadas da melhor maneira , sobre a ocupação humana na região do Pantanal. Toda informação é transmitida de forma lúdica, didática e interativa. O Muhpan encontra-se na cidade de Corumbá-MS e mantém um grande acervo sobre a cultura e o imaginário do povo pantaneiro.
Ao entrar no edifício o público conhece a sala de exposições temporárias.
A instalação "Borboletas" atravessa o fosso existente entre o pavimento térreo e o primeiro andar.
No pavimento térreo al lado da entrada da exposição permanente há
informações sobre o restauro do edifício, a exposição e os patrocinadores.
Há uma sala muito interessante. Trata-se da "sala de imersão". Mantém exibições de imagens muito interessantes entre espelhos. Confira o vídeo :
As imagens se multiplicam, como a vida no Pantanal.... fascinante !
Sala Os Pantanais, com fotografias de Haroldo Palo Jr.
Instalação cenográfica sobre o rio Taquarí. / Os peixes do Pantanal são representados com desenhos naturalistas.
Ao sair da Sala dos Pantanais o visitante sobe para o pavimento 2. A arquitetura é bela e exuberante.
Antes de entrar no setor de arqueologia o público conhece uma reprodução de um sítio arqueológico.
Painél 3,00 x 3,00 representa alguns sitios arqueologicos com pinturas rupestres no Estado do Mato Grosso do Sul.
Reprodução de gravuras em baixo relevo. Estas inscrições encontram-se em lagedos ao redor de Corumbá. Sua interpretação é um enigma. São representações feitas pelos caçadores-coletores que habitaram a região há 8000 anos.
Sinais de um passado remoto são apresentados ao público pela primeira vez no Pantanal.
Este acervo foi cedido pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
O artista plástico colombiano Santiago Plata fez o baixo relevo em concreto das inscrições em petroglifos.
Fóssil de uma cabeça de cavalo pré histórico.
Este fóssil de cavalo da mega fauna foi encontrado no rio Paraguai por um pescador.
Intrigados, ele e seu amigo Gabriel Van Donis enviaram ao Museu Nacional de História Natural RJ.
Foi datado com 18.000 anos.
Esta réplica pertence ao Sindicato Rural de Corumbá.
O fóssil Corumbela é encontrado na região de Corumbá.Tem 560 milhões de idade e é considerado um dos mais antigos registros de vida animal no planeta.
Fiquei fascinado !!! Os primeiros cronistas a escreverem sobre o Pantanal foram, Henrich Schmidl, Cabeza y Vaca e Diaz de Guzman.
Os relatos de Schmidl foram impressos pela primeira vez em 1567, em Frankfurt – Alemanha, integrando uma coletânea sobre as fantásticas viagens realizadas à América do Sul. Seu texto, escrito com invejável bom humor, falava sobre este universo de aventuras e conquistas, num mundo onde se deparou com antropofagia, sedução e fábulas maravilhosas.
Conquista espanhola com Juan de Solis, Pedro de Mendoza, Caboto, Juan de Ayolas e Irala.“As mulheres são bonitas a sua maneira e andam completamente nuas.Pecam se for o caso [...]Estas mulheres são muito formosas, grandes amantes, afetuosas e de corpo ardente, em minha opinião”.Henrich Schmidl
Esta canoa, chamada de batelão, foi encontrada na Fazenda Castelo, propriedade do Dr. Cleto Leite de Barros.
Tratados : Tordesilhas, Tratados de Madri e Santo Idelfonso.
Explica porque o Brasil tem esta configuração, com cartografias e manuscritos originais !Para a defesa de terras pantaneiras foi organizado uma força expedicionária comandada pelo Coronel Camisão. Seu objetivo era expulsar os paraguaios que invadiram o sul do Pantanal e levar a guerra para dentro do território inimigo.
Me senti invisível a testemunhar a Gênese que ocorre a cada manhã.
Encontro ainda pessoas apaixonadas por museus e história e a estes e aos amigos desejo compartilhar esta travessia.
Ao entrar no passado quem sabe não encontraremos nosso futuro. ...Entre tantos manuscritos há um registro musical de cantos dos Kadiweu...
SERVIÇO :::
Muhpan – Museu de História do Pantanal: Rua Manoel Cavassa, 275 - Porto Geral - Corumbá - MS - 79301-120
Fone (67) 3232-0303 - Horário de visitação: terça-feira a sábado das 13h às 18h.
Fone (67) 3232-0303 - Horário de visitação: terça-feira a sábado das 13h às 18h.
SITE : http://www.muhpan.org.br/
Assinar:
Postagens (Atom)